O riso sem siso

O riso sem siso:

No corpo encadeado na experiência situada há espaço à excrescência


Texto de José Manuel Resende & José Maria Carvalho, publicado como capítulo no livro «Migração, Educação e Sistema de Justiça Penal: Passado, Presente e Futuro», organizado por Marco Ribeiro Henriques & Ana Guerreiro, em 2022.


Resumo:

O projeto CORPOEMCADEIA intervém junto de uma população de reclusos do Estabelecimento Prisional do Linhó através da dança. Tendo por mote um momento específico ocorrido numa das sessões na prisão, captado durante a pesquisa etnográfica que se tem vindo a realizar, sugere-se uma leitura sociolótiga de orientação pragmatista do fenómeno do riso humorpistico. Atenta às dimensões fenomenológica e existencial que particularizam a experiência do humor, negligenciadas por boa parte da produção sociológica sobre o assunto, não descura as situação concretas em que os atores se engajam na coordenação do curso da ação coletivamente, mas também consigo mesmo. Assim se intenta mostrar como a ambiguidade e duplicidade inerentes ao humor não são um obstáculo a ultrapassar completamente, o que conlocaria um ponto final no mesmo. Aqui, ela são afirmadas enquanto tais, colorindo a situação e relevando do caráter sequencial da ação. Quando assim é, ver-se-á instaurar um espaço ficcional que confere um caráter lúdico às consequências da ação, onde a presença dos participantes se consubtancia sob a forma de uma semi-crença. Finalmente, aproximar-se-á a experiência do riso humorístico à improvisação artística, um dos pilares no qual se apoia o projeto estudado para atingir os objetivos a que se propóe.

As provas da hospitalidade nas escolas do Ensino Secundário em Portugal

As provas da hospitalidade nas escolas do Ensino Secundário em Portugal


Texto de José Manuel Resende, publicado como capítulo no livro «Escola Justa: Diversidades, Desafios e Possibilidades», de Pâmela Esteves & Pedro Teixeira, em 2019.


Resumo:

Tratar a hospitalidade na escola é uma das entradas possíveis para analisar de um ponto de vista sociológico como os professores e os alunos agem nos territórios escolares quando são confrontados com problemas que nas suas consequências os levam a problematizar e a questionar, encarando-os como questões de justiça em ação. Na verdade, o equacionamento da hospitalidade habitualmente aparece na arena pública escolar como experiências vividas a partir de acontecimentos inóspitos que ali são vivenciados quer pelos atores que os monitorizam e os exprimem, quer pelos atores que os consideram, ao invés, como ocorrências cujos efeitos estão em conformidade com aquilo que esperam que aconteça no quotidiano desta instituição.