Políticas de philia como traduções das turbulentas sociabilidades escolares

Políticas de philia como traduções das turbulentas sociabilidades escolares:

a circulação do reconhecimento como referência na constituição dos laços políticos


Artigo publicado por José Manuel Resende, em 2018, na Revista AntroPolítica.


Resumo:

O artigo pretende desenvolver o conceito de políticas de amizade com o propósito de analisar suas consequências na construção das sociabilidades escolares, em particular, as vias sinuosas e tensionais da produção do reconhecimento de si e dos outros nas escolas secundárias portuguesas. Quais são os limites das políticas de philia, experimentadas na escola, na constituição dos laços políticos entre os atores que habitam essas arenas públicas? Que efeitos produzem as políticas de philia nos processos de reconhecimento do outro, num momento em que a exploração e a experimentação da individuação são uma marca da modernidade contemporânea? Exploramos no artigo um esboço de itinerários para questionar os dilemas dos processos de reconhecimento nos estabelecimentos de ensino.

Compor o reconhecimento: explorar laços com os outros na escola

Compor o reconhecimento: explorar laços com os outros na escola

explorar laços com os outros na escola

Artigo de José Manuel Resende, Luís Gouveia, David Beirante e Lucas Freitas de Souza, publicado na revista Educação e Pesquisa, em 2021.


Resumo:

O presente artigo insere-se em um projeto de investigação centrado na problemática da hospitalidade na forma como os alunos agem nos territórios escolares, visibilizada por meio de experiências inóspitas e hospitaleiras vivenciadas por esses atores no decurso das sociabilidades escolares. No quadro desta problemática, pretende-se, em particular, observar como os alunos qualificados como estrangeiros se ligam à escola e, através desses laços, analisar as maneiras como se relacionam com os outros, na figura dos seus pares, em um contexto de transformação na morfologia escolar nas últimas décadas, decorrente do incremento do número de alunos estrangeiros que se matriculam nos ciclos da escolaridade obrigatória em Portugal. Mediante o quadro teórico comumente designado por sociologia pragmática, tenciona-se analisar como alunos se envolvem em diferentes e compostos regimes de ação que visam a fazer o comum no plural nos respectivos estabelecimentos de ensino. Articulam-se, para o efeito, dados de entrevistas semidiretivas e observações etnográficas levadas a cabo em duas escolas públicas do ensino médio português e que têm como traço comum albergarem fortes contingentes de alunos oriundos de contextos de imigração e com diversas nacionalidades. Incidindo o olhar sociológico sobre vários espaços tipificados que compõem o território escolar, é nas exteriorizações por parte desses alunos estrangeiros inquiridos em torno de acontecimentos efervescentes e do modo como habitam a escola que é tratada e evidenciada a problemática do reconhecimento – nomeadamente, as composições do reconhecimento do aluno na sua figura de estrangeiro e as diversas experiências em que esse reconhecimento é ou não experienciado.